quinta-feira, 26 de agosto de 2010

City Tasting Vini Portugal: Eu fui!

Ontem eu tive o prazer de participar do City Tasting Brasil - Salvador, evento promovido pela Vini Portugal para promover o vinho português em terras além-mar. A palestra e degustação aconteceram no restaurante 496 Grill & Bar, na avenida Contorno, com belíssima vista para a baía de Todos os Santos.

Para realizar a árdua tarefa de degustar 13 exemplares de vinhos portugueses e um jantar harmonizado com 4 deles, estive na companhia de duas colegas sommelières, a Alcione Brandão e a Carol Pitta, que concluíram comigo o curso da ABS-SP.

O evento contou com uma palestra do enólogo duriense Cristiano Van Zeller, que nos deu um panorama breve mas bem elucidativo sobre a produção de vinhos em Portugal, suas principais regiões, uvas, e estilos de vinho.

Segue abaixo uma relação dos vinhos degustados com breve descrição das características mais notáveis. A nota de degustação completa de todos eu publicarei aos poucos, uma vez que foram muitos vinhos e preciso organizar melhor as minhas impressões:

Corte de Gouveio, Roupeiro e Rabigato. Jovem, fresco e leve, com aroma predominantemente cítrico, e algo floral. Bela acidez, um vinho para dias de sol.

Meu velho conhecido. Corte de Antão Vaz, Arinto e Roupeiro. Intenso, fruta bem integrada a traços claros de estágio em barricas. Macio, corpo médio, acidez mais moderada. Nota anterior aqui.

Corte de Chardonnay, Sauvignon Blanc, Alvarinho e Arinto. Exuberante, com muito maracujá e herbáceo. A Sauvignon Blanc domina aqui. Equilibrado em boca, com acidez possivelmente moderada pelo estágio em barricas e maloláctica da Chardonnay.

Um dos preferidos da noite. Corte de Alicante Bouschet, Syrah e Touriga Nacional. Suculento, com taninos de ótima qualidade. Aromas a chocolate, ameixa. Grande persistência.

Vinho de Cristiano Van Zeller. Corpo médio-potente, equilibrado, aromas começam predominantemente frutados (geléia de frutas vermelhas), e depois abrem para café e bala toffee.

Grande vinho de António Saramago. Ainda potente, mas já amaciado pelo tempo, com grande persistência. Intenso, com fruta mais cozida, compota, seca. Abre caramelo e doce de tamarindo.

Corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Syrah. Encorpado, macio, álcool bem perceptível. Aromas a fruta escura e floral. Grande persistência.

Vinho de vinhas velhas. Corte de Touriga Nacional e Franca, Tintas Roriz, Amarela, Tinto Cão, entre outras. Fruta vermelha bem integrada a notas tostadas, aromas a couro. Interessante.

Vinhos do Jantar:
Espumante rosé monovarietal de Baga. Intensidade aromática média, com aromas a fruta vermelha e goiaba. Boa acidez. Perlage de bolhas muito grandes e rápidas. Acompanhou tanto o canapé de tartare de salmão com endro quanto a salada de folhas verdes com tomates cereja, camarões e azeite de ervas. Casamento agradável.

Corte de Rabigato, Verdelho, Viosinho e Arinto.  Intenso, com aromas de frutas como abacaxi bem integrados ao carvalho muito evidente, e algo mineral. Encorpado, potente, com ótima persistência. Acompanhou posta de bacalhau com batatas, cogumelo shitake, alcaparras e pimentão vermelho, regados com azeite. É o tipo de vinho que segura bem bacalhau.

Vinho com aromas predominantes de fruta (tanto vermelha quanto escura), e um leve defumado. Fundo de taça lembrando caramelo ou doce de leite. Destaca-se pela ótima acidez que casou perfeitamente com spaghetti preparado com molho bem ácido de tomate, manjericão e berinjela.
Elaborado com 4 castas não reveladas na ficha técnica. Ameixa em calda, café, couro e especiaria. Persistência muito longa, vinho superlativo, de bela estrutura, com taninos, álcool e acidez altos. Aguenta guarda. Casou com costeletas de cordeiro ao molho de cogumelos, acompanhadas de geléia de menta e brócolis ao alho.

Feito com Moscatel, Arinto, Malvásia e Boais. Dulcíssimo, intenso, de grande persistência. Frutas secas, açúcar mascavo, casca de laranja, doce de banana, e notas oxidativas. Fechou a noite casando com trio de torta de maçã, sorvete de creme com farofa de castanhas e mousse de chocolate. O mousse, embora delicioso, ficou fora de contexto.

Excelentes vinhos, companhias, conversas e comida! O evento, além de ser uma celebração memorável ao hedonismo, foi um belo passeio pela produção de vinhos em Portugal.

Meus agradecimentos à Anna Carolina pelo convite e pela atenção no evento; ao enólogo Cristiano Van Zeller pela excelente palestra e degustação guiada; e à Alcione e Carol, pela agradável companhia!

Um comentário:

  1. Propague mais eventos em Salvador por aqui, é a única maneira de saber que acontecesse por aí..

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