Este foi o meu primeiro vinho degustado pela Confraria Brasileira de Enoblogs (CBE), e um rótulo que eu já tinha certa curiosidade em experimentar há algum tempo devido a inúmeras críticas positivas.
O tema da degustação de maio da CBE foi escolhido pelo confrade Daniel Perches, do enoblog Vinhos de Corte, e o tema, em alusão ao nome do blog, foi um vinho tinto de corte de três castas diferentes, sem faixa de preço definida. Em resumo, um tema difícil. Afinal, tem MUITA coisa interessante feita com três castas tintas, em diversos países. E confesso que até lembrar deste Weinert foi um desafio decidir por um vinho.
O Cavas de Weinert é produzido na região de Luján de Cuyo (Mendoza) na Argentina, mas tem DNA tupiniquim: O dono da bodega é o brasileiro Bernardo Carlos Weinert, que começou a produzir vinhos em 1975, restaurando uma vinícola já existente.
Este vinho, ao que parece, faz parte de uma linha intermediária de tintos da Weinert. É um corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot, que segundo o site e o contra-rótulo do vinho, estagia por incríveis três anos em barricas de carvalho francês.
Confesso que a despeito de todos os comentários positivos que ouvi a respeito do vinho, fiquei receoso tanto pelos 10 anos de idade quanto pelos três de barrica. Mas como diz o ditado, quem está na chuva...
Pois bem, o vinho - como era de se esperar pela idade - tem coloração vermelho rubi intensa com reflexos granada já bem desenvolvidos e visíveis. As lágrimas são rápidas, finas e abundantes. Halo aquoso bem perceptível.
O nariz é incrivelmente intenso a despeito da idade, com fruta em compota a princípio, lembrando goiabada, e também ameixa em calda. Também é perceptível a presença de notas de café e tabaco. Ao contrário do que seria o caso em um vinho decadente, este exemplar se intensificou e desenvolveu no nariz, mostrando um aroma muito fresco de cerejas e também uma especiaria (acho que cravo) depois de algum tempo em taça, o que foi uma grata surpresa. Tudo isso sem exageros, pelo contrário, o vinho se mostrou muito equilibrado e elegante no nariz. Tive, insclusive, a franca impressão de muitas nuances que eu não consegui captar. Intrigante.
Na boca, mais uma surpresa, e das agradáveis. O vinho está com a acidez perfeita, e o álcool plenamente perceptível, inclusive sobrando uma pontinha no início, que arrefece na taça. Os taninos, embora presentes em abundância, estão completamente domados, dando uma textura sedosa ao vinho. A persistência é boa (embora não excepcional), ficando entre 8-9 segundos, e o retro-olfato desenvolve na mesma medida que o nariz, começando mais na ameixa/goiabada, e abrindo para cereja/especiaria, mas sempre com aquela presença da madeira, com tabaco e café.
A minha sorte é que eu me intriguei muito com o vinho, e evidentemente adorei, logo guardei os detalhes na memória. Digo isso porque a minha nota de degustação simplesmente sumiu, mas ainda assim consegui escrever sobre o vinho - bebido na quinta feira de noite - com base nas recordações nítidas desta experiência surpreendente.
Talvez tenha faltado alguma impressão. Mas acho que o que escrevi é o suficiente para despertar a curiosidade dos confrades para este vinho, que com certeza vale a pena. Pretendo repetir!
Quanto à sua evolução, creio que já esteja no auge, e talvez até um pouco velho para quem gosta de fruta mais exuberante no nariz e caráter mais superlativo na boca. Como não sei quanto tempo ele vai permanecer no patamar atual, recomendo a quem tiver um Cavas de Weinert 2000 que o beba agora. Estou certo de que melhor do que está no momento não vai ficar!
Cavas de Weinert Gran Vino 2000
Importador: Aurora
Teor alcoólico: 14%
Casta(s): 40% Cabernet Sauvignon - 40% Malbec - 20% Merlot
Preço: R$ 62,00
O tema da degustação de maio da CBE foi escolhido pelo confrade Daniel Perches, do enoblog Vinhos de Corte, e o tema, em alusão ao nome do blog, foi um vinho tinto de corte de três castas diferentes, sem faixa de preço definida. Em resumo, um tema difícil. Afinal, tem MUITA coisa interessante feita com três castas tintas, em diversos países. E confesso que até lembrar deste Weinert foi um desafio decidir por um vinho.
O Cavas de Weinert é produzido na região de Luján de Cuyo (Mendoza) na Argentina, mas tem DNA tupiniquim: O dono da bodega é o brasileiro Bernardo Carlos Weinert, que começou a produzir vinhos em 1975, restaurando uma vinícola já existente.
Este vinho, ao que parece, faz parte de uma linha intermediária de tintos da Weinert. É um corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot, que segundo o site e o contra-rótulo do vinho, estagia por incríveis três anos em barricas de carvalho francês.
Confesso que a despeito de todos os comentários positivos que ouvi a respeito do vinho, fiquei receoso tanto pelos 10 anos de idade quanto pelos três de barrica. Mas como diz o ditado, quem está na chuva...
Pois bem, o vinho - como era de se esperar pela idade - tem coloração vermelho rubi intensa com reflexos granada já bem desenvolvidos e visíveis. As lágrimas são rápidas, finas e abundantes. Halo aquoso bem perceptível.
O nariz é incrivelmente intenso a despeito da idade, com fruta em compota a princípio, lembrando goiabada, e também ameixa em calda. Também é perceptível a presença de notas de café e tabaco. Ao contrário do que seria o caso em um vinho decadente, este exemplar se intensificou e desenvolveu no nariz, mostrando um aroma muito fresco de cerejas e também uma especiaria (acho que cravo) depois de algum tempo em taça, o que foi uma grata surpresa. Tudo isso sem exageros, pelo contrário, o vinho se mostrou muito equilibrado e elegante no nariz. Tive, insclusive, a franca impressão de muitas nuances que eu não consegui captar. Intrigante.
Na boca, mais uma surpresa, e das agradáveis. O vinho está com a acidez perfeita, e o álcool plenamente perceptível, inclusive sobrando uma pontinha no início, que arrefece na taça. Os taninos, embora presentes em abundância, estão completamente domados, dando uma textura sedosa ao vinho. A persistência é boa (embora não excepcional), ficando entre 8-9 segundos, e o retro-olfato desenvolve na mesma medida que o nariz, começando mais na ameixa/goiabada, e abrindo para cereja/especiaria, mas sempre com aquela presença da madeira, com tabaco e café.
A minha sorte é que eu me intriguei muito com o vinho, e evidentemente adorei, logo guardei os detalhes na memória. Digo isso porque a minha nota de degustação simplesmente sumiu, mas ainda assim consegui escrever sobre o vinho - bebido na quinta feira de noite - com base nas recordações nítidas desta experiência surpreendente.
Talvez tenha faltado alguma impressão. Mas acho que o que escrevi é o suficiente para despertar a curiosidade dos confrades para este vinho, que com certeza vale a pena. Pretendo repetir!
Quanto à sua evolução, creio que já esteja no auge, e talvez até um pouco velho para quem gosta de fruta mais exuberante no nariz e caráter mais superlativo na boca. Como não sei quanto tempo ele vai permanecer no patamar atual, recomendo a quem tiver um Cavas de Weinert 2000 que o beba agora. Estou certo de que melhor do que está no momento não vai ficar!
Cavas de Weinert Gran Vino 2000
Região: Luján de Cuyo (Mendoza) - Argentina
Produtor: Bodega WeinertImportador: Aurora
Teor alcoólico: 14%
Casta(s): 40% Cabernet Sauvignon - 40% Malbec - 20% Merlot
Preço: R$ 62,00
Alexandre,
ResponderExcluirseja bem-vindo à CBE.
Saúde!
VPT